A festa do padroeiro xapuriense completou 108 anos e após mais de dez anos sem participar da mesma, tive o prazer de este ano estar lá.
Não sei como se dava a festividade no seu início, mas desde que me entendo por gente e desde o tempo em que eu pude acompanhar a mesma, não vi mudanças reais.
Desta forma vejo o 20 de janeiro como uma festa em que se resume atualmente em: marreteiros no meio das ruas, vários romeiros-turistas andando de um lado para o outro sem ter o que fazer porque a cidade não oferece nenhum atrativo, uma festa no final da noite no Mirantes e uma procissão no dia 20 de janeiro.
Considero isto muito pouco para a magnitude do que é o 20 de janeiro. Xapuri vive em um mundo em que não se investe em nada. As comemorações continuam as mesmas, sem nenhuma novidade. A tendência do jeito que está é cada vez mais a redução do número de pessoas que visitam nossa cidade.
Infelizmente o poder público não traz atrativos para os turistas-romeiros e a iniciativa privada não investe em absolutamente nada. Nesse quadro, temos hotéis em péssimas condições de receber turistas, alimentação de péssima qualidade, atrações artísticas inexistente, ausência de qualquer atividade esportiva.
Tanto poder público como iniciativa privada não enxergam a festa do padroeiro como algo econômico, que traga renda para a cidade, que movimente dinheiro, ou seja, não têm olhos de tandera (aquele do thundercats que dá a visão além do alcance), quer dizer, tanto poder público quanto iniciativa privada conseguem enxergar apenas meio palmo adiante do nariz e não léguas.
Em relação aos atrativos artísticos, alguém poderia informar que houve apresentação de artistas na praça em frente à Igreja, no entanto, há de se ressaltar que esses atrativos devem ser com alguém conhecido e que chame a atenção do público e não com artistas sem expressão - com todo respeito que tenho por aqueles que ali se apresentaram.
Durante o dia, os romeiros ficam ociosos, perambulando pelas ruas, em busca de algo que não encontram, nesse caso, poderíamos preencher com atividades esportivas: uma corrida de bicicleta pelas ruas de Xapuri, uma maratona, uma apresentação de moto-cros, uma apresentação de paraquedismo, um jogo de futebol com algum clube da capital, um campeonato relâmpago com equipes de futsal do interior, uma encenação da vida de São Sebastião em praça pública, o primeiro grito de carnaval do ano, enfim... cadê a criatividade?
Recordo-me que os romeiros-turistas anteriormente, chegavam com até dez dias de antecedência. É bem verdade que a estrada, hoje asfaltada, faz com que os turistas somente cheguem no dia da festa, mas se chegassem antes, não teriam o que fazer, onde se hospedar, onde se alimentar direito e reclamariam com razão, como vi várias e várias pessoas que chegaram antes reclamarem.
A redução do número de visitantes em nossa cidade é algo sério e tanto o poder público, como iniciativa privada e a própria igreja católica têm que elaborar um plano urgente para resolver esse problema. A tendência do jeito que vai é a redução significante de turistas-romeiros.
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